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COLUNAS

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  • 10 de jun. de 2020
  • 1 min de leitura

por Bruno Thys


Recentemente participei com o fraterno e querido amigo Jorge Antônio Barros, de uma série de lives sobre a “A volta dos militares à política”. promovido pelo “Quarentena News”. Com produção de Antônio Soares, professor da UFRJ, entrevistamos uma constelação das ciências sociais do país para tentar entender o papel de militares graduados num governo antidemocrático e voltado apenas para uma fração do eleitorado.


Ficou parente a preocupação e o espanto coletivo diante da inevitável associação das Forças Armadas – mesmo que os militares encastelados no Planalto não as representem plenamente, o que ainda não está claro – com um governo sem empatia, que aposta no dissenso, sem projeto, sem rumo, protagonista de crises política, moral e com a economia piorando a cada dia.


Não há respostas simples para um quadro tão confuso quanto novo, embora fique claro que as instituições estão sendo erodidas e a democracia, golpeada diuturnamente. Nenhum dos entrevistados têm uma visão otimista do desfecho da balbúrdia instalada em Brasíl. A série de lives reuniu os professores Dulce Pandolfi, Daniel Aarão Reis, Manoel Domingos Neto, Maria Cecília, Francisco Carlos Teixeira e o ex-vereador Adriano Dias. São reflexões excelentes e oportunas.


Não há dúvida, porém, que Bolsonaro depende mais dos militares do que o contrário. Ainda assim, em vez de tutelá-lo, estão sendo tutelados por um presidente que compra apoio no Congresso, hostiliza os demais poderes, ofende a imprensa, produz notícias falsas e nutre um declarado desprezo pela vida humana, o tristemente famoso “E daí?” diante da montanha de cadáveres produzidos pela pandemia. E que de uns dias para cá decidiu usar a caneta contra o Corona.

Por Bruno Thys


O Brasil tem hoje quatro presidentes: um de manhã, outro á tarde e um terceiro á noite. O quarto faz os plantões de domingo. Todos muito ruins. - Alguém sabe se o ministro da Saúde “testou pra anemia”? - Tudo na China é grande, inclusive a margem de erro. O país corrigiu o número de vítimas do corona em 40%. - D”us é brasileiro. Nenhuma novidade. A surpresa é que o diabo, também. A Bíblia diz que a besta do apocalipse virá sob forma de homem e se apresentará como... “o messias”. - Os dados do Imperal College sobre a pandemia no mundo - somados ao quadro caótico produzido por bolsonaro - indicam que o pior lugar do mundo é aqui e agora. - Até bem recentemente, o país acordava já com a crise do dia em curso. Agora, há de duas a três, em média por dia. - Quem mais agride a imprensa é o bolsonaro e nesse sentido, aliás, ele é democrático: agride da mesma forma e com a mesma grosseria, veículos, donos de veículos, colunistas e repórteres. - A corrupção endêmica no país se torna epidêmica em épocas pandêmicas. O comércio de equipamentos pra saúde funciona a pleno vapor em regime de emergência, portanto sem concorrência. O escândalo da hora no setor público é o dos “respiradores fantasmas”. A autoridade pública paga fortunas a um fornecedor de fachada por algo que não existe. - Bolsonaro instaurou no país a “filhocracia absolutista”, regime semelhante aos que precederam a democracia no Ocidente. Ele Fez retroagir o relógio da História em uns 5 séculos. - O mundo mudou mesmo. Leio que o Moro deu um “unfollow” no twitter do bolsonaro. Um divórcio digital nada amigável. - A expressão mais usada para definir o trabalho dos militares que orbitam em torno do bolsonaro é “tentar demover”. A julgar pelo noticiário, o cargo de “demovedor geral da nação” é ocupado pelo tal de general Heleno.

Por Bruno Thys


- Se alguém dissesse que um dia banhistas seriam retirados á força das praias do Rio não por causa de ressaca ou de poluição no mar, eu o aconselharia a buscar ajuda psiquiátrica.


- Qual o significado de extrapolar para Bolsonaro?


- O mundo pós-covid 19 será diferente, estamos de acordo. A prevalecer a tese do aumento da força viral, a chamada mutação permanente e a estabilização da capacidade imunizadora do corpo humano, a civilização estaria então perto do fim?


- Quem está por trás do fortíssimo lobbye da cloroquina? A ciência ou a indústria?


- Babado em Brasília dá conta de que chegou aos ouvidos de Bolsonaro a referência de Mandetta ao “Mito das Cavernas” de Platão. Pra se vingar, bolsonaro mandou “demitir esse tal de Platão”.


- A ágora, a grande praça (não a corretora) do presente chama-se Zoom. É o baixo Leblon desse início de 2020, o point do mundo, plataformas digitais como essa, onde as pessoas passaram a  se reúnir


- Não tarda o dia em que alguém vai dizer que esta pandemia foi prevista por Nostradamus como mais uma praga ou algo assim.


- Uma calamidade dessas põe á prova as lideranças políticas no mundo. Poucos se salvam. O mundo tá na mão de gente despreparada seja para tempos de paz, muito menos os de guerra


- Aliás, queria viver no Brasil dessas coletivas vespertinas do Planalto. Todos os representantes de setores do governo federal ali reunidos asseguram que tudo caminha muito bem e trocam elogios do início ao fim.


- Traficantes, milicianos e ladrões em geral estão em quarentena, isolamento social ou firmaram algum tipo de trégua numa rara demonstração de elevado espírito cívico. Não se ouve mais falar em tiroteios, balas perdidas, roubo a caminhões de carga, etc, etc, etc.


- A lista de idiossincrasias do país não pára de crescer: prostituta se apaixona, traficante usa droga e presidente da República vai á TV receitar remédio contra o corona.


- No futuro imediato, máscaras e celulares serão os itens mais importantes da humanidade


- Nesse sentido, é razoável supor que no próximo desfile em Paris, teremos o lançamento de máscaras Salvatore Ferragamo, Gucci, Dolce Gabana, Halph Loren, Hugo Boss, Armani, Hermes, Ermenegildo Zegna


- Aliás, o único alvo da cobiça dos poucos ladrões em atividade tem sido justamente as máscaras. Já, já, vão ser oferecidas em camelôs.


- A grande guerra em curso até a entrada em cena do corona opunha Estados Unidos e China pelo controle do mundo 5G. Com a pandemia, o planeta se dobrou á China, país que responde pela produção de respiradores artificiais, tão necessários á preservação da vida, quanto a mistura de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Aliás, em breve, a ventilação mecânica completará 100 anos de serviços essenciais á humanidade.


- A sonoplastia noturna do país é o panelaço


- A vida contemporânea no Rio é marcada por siglas alfanuméricas. Depois do AR-15 e AK-47, a da vez é a N-95.


- Até aqui, a História dividia a civilização entre “AC “(Antes de Cristo) e “DC” (Depois de Cristo). Penso que daqui por diante o critério de corte será “AC-19” (Antes do Covid-19) e “DC-19” (Depois do Covid-19). Barra pesada.

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