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COLUNAS

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  • 12 de mar. de 2020
  • 2 min de leitura

Para a maioria dos mortais, Jacques van de Beuque é tão somente um nome francês. Sua obra, porém, ainda que pouco conhecida, é produto do que de mais genuíno pode haver na cultura de um país: a chamada arte popular. Francês de Bavay, ele se mudou para o Brasil, em 1946 e revirou o país por mais de 40 anos para montar o maior acervo de artesanato de que se tem notícia, e reuni-lo no Museu do Pontal sob o qual, infelizmente, paira uma Irrevogável sentença de morte. A cada chuva, como a dos últimos dias, o museu é tomado pelo aguaceiro e fechado para preservar o acervo e permitir os reparos urgentes e necessários .As peças são retiradas ás pressas: mais de oito mil obras de 200 artistas de 24 estados, entre elas, bonecos de Mestre Vitalino, Zé Caboclo e Manuel Eudócio, que retratam a vida e os costumes do interior. Imagens de vaqueiros, cangaceiros, de passistas de samba, assinadas por Antônio Porteiro, Adailton Lopes e Mestre Didi também compõem o acervo. Como se não bastasse o país ter acompanhado ao vivo um de seus mais importantes museus ser consumido pelas chamas, é preocupante ver um outro importante acervo como esse ameaçado de extinção na próxima chuvarada. Há que se encontrar rapidamente um outro lugar para abrigá-lo Não só para preservar a cultura produzida por muitas gerações e ali reunidas, mas também em respeito à memória de seu criador. Arista plástico, designer e colecionador, Jacques Van de Beuque cursou Belas Artes em Lyon até o início da Segunda Guerra, foi preso e escapou em 1944 quando decidiu sair da Europa e vir para o Brasil, a convite de Portinari. Aqui se encantou pela arte popular, montou exposições e começou a reunir o acervo. Em 1976, organizou a mostra Arte Popular Brasileira no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O museu do Pontal é a obra de uma vida. Ele não media esforços para descobrir e valorizar o trabalho artístico produzido por gente simples, muitos iletrados e sem qualquer recursos materiais. Há esculturas, bonecos, entalhes, modelagens e mecanismos articulados, produzidas com o uso de barro, madeira, tecido, areia, ferro, alumínio, miolo de pão, palha e arame. Além do acervo, ele também construiu a sede do museu. É dramática a situação do local, que encanta tanto jovens estudantes, como estrangeiros em busca da melhor arte ou de um tipo de arte que expressa toda a sensibilidade, criatividade e inteligência de um povo. Não há um guia de visita importante sobre o país editado aqui ou em qualquer língua, que não relacione o acervo reunido no Pontal por Jaques van de Beuque como uma das visitas obrigatórias na cidade. Buscar uma nova sede, um novo lugar não exige milhões, nem grandes obras, talvez por isso mesmo, o acervo esteja exposto ao risco.

É essencial às pessoas que tenham sensibilidade, que sejam de alguma forma ligadas à arte, ao patrimônio cultural do país, que busquem uma solução rápida para o Museu do Pontal, sob risco de se tornar mais uma preciosidade que o país fechou os olhos e permitiu que virasse pó.

  • 4 de fev. de 2020
  • 2 min de leitura

Bruno Thys - As autoridades acharam melhor esquecer os brasileiros na cidade chinesa onde o vírus corona tem residência fixa. Voltaram atrás, mas não têm a menor ideia de como tirá-los de lá e o que fazer com eles aqui. - Bolsonaro exonerou o assessor que foi à Índia de jatinho da FAB - com escala em Davos, na Suiça - em seguida o recontratou e, ato contínuo, o demitiu novamente. - Cerveja envenenada já matou meia dúzia em Minas e arredores. - Água da Cedae tem cor escura, cheiro ruim e gosto péssimo. A empresa, que abastece 10 milhões de consumidores, é comandada por um “pastor”, dono de partido político. - Bolsonaro diz que livros didáticos têm muitas letras. - Ministro da educação é punido por falta de educação - O mesmo ministro comete erros primários de português - Governador do Rio divulga telefonema privado com o vice-presidente. - E o Enem? Bem, o Enen foi Enem mais um ano. - O secretário da Cultura, cargo equivalente ao de ministro, se revelou um seguidor de Goebbels, o ideólogo do nazismo. - O responsável pela distribuição das verbas de publicidade do governo federal é dono de uma empresa que presta serviço ao meios de comunicação. Os mesmos que recebem as verbas do governo federal. - O presidente da república recorre a mãe alheia sempre que confrontado com alguma questão que o desagrade. - O ministro Moro tem se revelado mais equilibrista do que jurista. Se não for para o STF, tem emprego garantido em circo. - O governo propõe a abstinência sexual contra a gravidez precoce. -O pastor e prefeito do Rio vem trabalhando contra o carnaval, a ponto de São Paulo ter se tornado a primeira opção dos turistas em busca de folia. - O Brasil não merece o Brasil

  • 15 de jan. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 15 de jan. de 2020

Por Bruno Thys


Todos os anos renovamos nossos sonhos, esperanças e apostas. Aí vão os meus para os próximos 12 meses (ou até mais do que isso). Um excelente ano a todos - Tentar não me espantar com as barbaridades ditas e perpetradas por Bolsonaro & sons. - Nao me indignar com a ausência de prefeito no Rio. - Não me chocar com as situações cada vez mais ridículas protagonizadas pelo governador Witzel. - Não me revoltar com a prepotência e arrogância de ministros do STF. - Não crer que o “centrão” seja a esperança de salvação do país. - Acreditar na inocência do Queiróz. - Apostar que, enfim, o Rodoanel de SP vai arder na turma do PSDB local. - Não rir da aliança Dória-Aécio, que será apregoada como a novíssima política. - Parar de achar que Lula e o PT são coisas diferentes. E que os filhos de Lula agem por conta própria. - Deixar de tentar descobrir que jogo o Moro joga. - Tapar os ouvidos quando Ciro, em sua verborragia ensaiada, se apresentar como sucessor do Criador. - Entender que partido nanico não quer ser grande. - Perder de vez a esperança de que a classe política - independentemente de partido - venha a fazer qualquer coisa contra a corrupção. - Entender, enfim, que a rachadinha está para o legislativo, como o cacau para o chocolate.

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