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COLUNAS

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  • 15 de ago. de 2017
  • 4 min de leitura

Vovó nunca se recuperou de ter sido mãe; ter expelido, de dentro de si mesma, o que tinha sido o âmago de sua própria carne, durante longos períodos de nove meses. Seus filhos foram postos no mundo, mas enquanto ela viveu, tratou-os como se fossem todos seus. A angústia da separação física, quer dizer, de ter sido cortada de partes de si mesma, a torturou a vida toda, manifestando-se constantemente como um mórbido e terrível medo de perda; na  obsessão crônica com os riscos mais estatisticamente remotos, em torno do que os filhos faziam. Seu ser esquartejado projetava a sua própria dor no mundo que os havia roubado de si, e a velha senhora só podia ver ameaças em toda parte. Se o primogênito estava pra embarcar num cruzeiro, ela, aflita, o aconselhava não discutir com ninguém a bordo, para não vir a ser empurrado no mar. Se o mais moço não lhe telefonasse todo dia, o horror de que ele podia, sabe lá, ter se matado, se transformava, pra ela, em ideia fixa.  Se tudo corria de acordo com a rotina, ela ainda assim, tinha que exorcizar a compulsão repulsiva de pensamentos que lhe invadiam a mente com seu pior pesadelo, imaginando-se, para isso, tendo que resistir as mais detalhadas torturas físicas, para salvar os filhos de todo perigo.

Tal afinidade com a dor ia alem de mera fantasia. A feroz devoção daquela mãe, resultando do seu próprio sofrimento, lhe dava a coragem, como dor contra dor, de aguentar qualquer coisa, por aqueles que considerava seus. Quando papai, com dois anos de idade, pegou uma doença infecciosa e foi desacreditado pelos médicos, vovó fez a promessa de subir de joelhos todos os degraus da escada da Penha, para que ele fosse salvo. Cumprindo a promessa, ela quase teve que amputar uma das pernas, mas o filho se recuperou, a despeito de todos os prognósticos.

Embora papai fosse um rabo de saia, e, longe de esconder da familia, se gabava de um instinto sexual que nunca poderia ser domado pelo casamento, nenhum dos seus casos ameaçou tanto mamãe, como o amor que ele tinha por vovó. Além do inebriante período em que ela o amamentou, e alem das sangrentas promessas religiosas que cumpriu mais de uma vez para salvá-lo, aquela mãe apaixonada, a despeito de si mesma, deu a ele, quando este, adolescente, espionou os pais pelo buraco da fechadura do quarto deles, o prazer adicional de vê-la fazer sexo, com vovô. Que descoberta! Para aquele filho maravilhado, a mistura de adorar a mãe santa, e reconhecer a sua natureza sexual, era tamanho tour de force, que só podia ser valido para ela; somente alguém que, por amor não teme a dor, como sua mãe sobre humana, poderia estar acima da imperfeição de todas as outras mulheres, e juntar a santidade da maternidade toda poderosa, com a lascívia da carne. Fosse o que fosse, a cena microscópica que ele viu tornou-se o caso que excedia as teorias ecêntricas que ele formulava e que, tiradas do comportamento de animais,  convenientemente justificavam sua infidelidade, isto é: o prazer das fêmeas está na maternidade, e o dos machos, no sexo. Durante o tempo que uma vaca leva na gravidez e lactação, o touro que a fecundou cobre várias outras vacas, papai dizia, pra concluir, “ a mulher que gosta de sexo é como os homens, não tem instinto maternal, e não é boa mãe, a não ser a minha mãe, que pode ser a melhor mãe e também a melhor amante!”

Observando a vida auto-destrutiva que sua sogra levava, nas roupas surradas que usava, na confissão orgulhosa de nunca ter gasto dinheiro em cabelereiros, e na aparência infeliz que mantinha, `a maneira dos mártires medievais, que fustigavam o físico para negar a carne, mamãe não via nenhuma sensualidade em vovó, e achava que papai sofria um complexo de Édipo devastador. Mesmo assim, a velha senhora, de quem ela, aliás era amiga, tornou-se, também, sua rival.

A matriarca amamentara seus filhos durante anos, e, sendo eles proximos, em idade, lhe acontecera ter, frequentemente, um bebe num peito, e uma criancinha, no outro. Como se isso não fosse suficiente, ela também amamentou os filhotes de ninhadas dos inúmeros cachorros que sempre gostou de manter.

Quando eu era pequena, seus seios lhe batiam pela cintura, e eu achava que eles eram os maiores do mundo, fascinada com as medalhas de santos que repousavam entre eles, como se toda a hierarquia divina se escondesse no encontro daquelas pequenas imagens sagradas, com o peito querido.

Mas a santidade de vovó so foi oficializada por seu filho mais velho, um dandy, cujas visitas a ela me davam prazer assistir. Aquele tio foi o único cara que eu vi, que não tinha vergonha de ser carinhoso, com sua velha mãe. Falava-lhe como a um bebê, dando-lhe repetidos beijinhos no rosto, enquanto lhe inventava apelidos amorosos, que um pai poderia dar a uma pequena filha. Durante sua vida, ele desposara maior número de mulheres que Barba Azul, mas ouvi estórias que, quando doente, fosse quem fosse sua mulher no momento, ele fazia questão de apelar para vovó, dizendo que só sua mãe sabia como cuidar dele.

Finalmente, a liberdade do seu afeto lhe deu o direito de um papa, e ele batizou sua bem sucedida fazenda de criação de gado, com o venerável nome Santa Aminta. Quando um de seus amigos comentou não saber da existência de uma santa com tal nome, o tio informou, com uma convicção tão inocente quanto inabalável, “ É a minha mãe!”

 
  • 8 de ago. de 2017
  • 5 min de leitura

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Em instantes de plenitude, Ayahuasca desenterrou, para mim, memórias do mundo antes da palavra, quando eu ainda vivia na pureza da sensação e no imediatismo do sentimento; quando, em mim, a capacidade de julgar ainda não tinha espichado a sua cabeça imperdoável. Me trouxe de volta a inocência de um paraíso, cujos horizontes se misturam com os da imaginação, e cujo céu vai tão longe quanto a profundidade de nosso coração. Como todo aquele azul, sobre meus olhos, quando aprendi a boiar, nos braços de meu pai; a deixar a água da piscina se tornar berço sob meu pequeno corpo.

Papai tinha um jeito especial com a natureza, uma admiração quase religiosa pela vida espontânea e irracional. Parecia capaz de sentir nela a existência de uma sabedoria redentora, bem além da necessidade de sobreviver. Eu era pouco mais que um bebe, quando ele me ensinou a “deixar rolar”, quer dizer, a me botar humilde e por inteiro, diante do que está alem de mim, como a mágica de flutuar perto da cachoeira que abastecia aquela superfície em forma de meia-lua, líquida e acolhedora, descanso das folhas que caiam do bosque ao redor, que era a piscina de nossa casa nas montanhas. O céu ensolarado brilhava através da brancura da água que descia no meio da rocha a meu lado, como, `a sua direita e esquerda, o verde fosforescente dos pinheiros que subiam até o pico.

A imagem da água que jorrava, e que ao mesmo tempo eu, da piscina, via ascender com as árvores rumo ao céu,  recorre para mim com uma onda de alivio, é um dos templos que a vida construiu em meu coração e que, quando menos espero, me inunda com a sensação de retorno e redescoberta,  como uma oração.   Deitada na água fria, com as pernas e braços submersos pela metade, eu contava com o apoio das mãos de papai sob minhas costas, e ele me aconselhou relaxar, para que a água me suportasse. Acreditei nele mais do que no apoio de suas mãos, que devagar se retiraram, deixando que a água, e minha confiança, fizessem seu trabalho, transformando a maciez do elemento liquido em chão firme para o meu corpo, reflexo do meu abandono.

A natureza, para papai, não era somente um chamado físico, mas a inspiração de uma confiança irracional, que lhe permitiu  saber quando retirar as mãos que me apoiavam; quando sair de cena, para que eu pudesse deixá-lo, e me deixar. A despeito do determinismo biológico em que acreditava, papai transmitia, a despeito de si mesmo, a existência de algo mais na criação natural; um sussurro da transparência das águas, uma silenciosa canção de ninar nos elementos e no fluir da vida, para aqueles capazes de ouvir a voz do silencio; reunir-se com a inocência que nenhum convencionalismo pode manchar, nenhuma lei domar, e nenhum verbo limitar.

Entre muitas revelaçōes, o chá sagrado da Amazonia acordou em mim o laço primordial que temos com o mundo antes da palavra; do juízo de outrem; do conhecimento do dever, e de toda a carapaça mental que enfraquece, distancia, e finalmente quebra a comunhão original com o que nos rodeia.

Ayahuasca trouxe de volta o tempo em que eu vivia um mesmo ser com o que me rodeava, como a praia de Copacabana, em frente da qual ficava o meu primeiro lar, e com a beleza das terras que vovô tinha por toda parte. Aqueles dias eram permeados pelo cheiro das folhas de laranjeiras de um pomar, pela grandeza da cachoeira ao lado da qual aprendi a boiar, e pela presença do mar, em frente `a nossa janela.

Sentir-se rico tinha muito menos a ver com o poder de comprar objetos  novos, ou com acesso ao conforto – minha família chegava a ser frugal- do que com a sensação do ilimitado no chão que pisávamos, ou nas distancias que contemplávamos. Era uma sensação de pertencer, ao invés de possuir, ser acolhido, ao invés de poder controlar. Infinitude, ao invés de opulência, dava forma ao nosso universo. Nada era medido, contado, ou delimitado por linhas e números.

Ayahuasca me tornou consciente de que eu não só vivi essa realidade, mas me identifiquei, em essência, com ela. Me fez realizar ter vivido uma comunhão, cujo selo ficou impresso pra sempre em minha alma, da distância de um tempo vedado ao pensamento que relativiza, compara, delimita, e que vem, eventualmente, moldar a nossa visão da realidade.

Quando ainda em meu primeiro lar neste mundo, o mar diante de nosso apartamento estava também dentro de mim. Comia com meu irmão, pouco mais que um bebê, numa cozinha que me parecia gigante, e tudo era muito alto, em constante mutação do branco, para o azul, para a cor do vento, pois o vento soprava o mar pra dentro, inundando tudo com o seu sussurro, misturando-se `a musica das ondas e a um azul omnipresente. Texturas se entremeavam, num movimento de cores que era ar marítimo e elemento líquido; frescura entrando na cozinha, e enlevo no coração. Coisas e emoçōes, além de superfícies fixas e rótulos de palavras, formavam uma única intensidade de luz, obliterando os limites de cada ser particular, transformando tudo na manifestação de algo maior. A cozinha era o mar dentro da cozinha, o mar la fora era a cozinha misturando-se com ele, a brisa salgada era o ar que tudo respirava, o azul das ondas e o branco das paredes formavam diálogos entre o dentro e o fora, transformando-se um no outro.

Nosso lanche, ignorado por nós, fez a voz profunda do mar nos dizer para comer, através de mamãe, que virava o rosto para que não a víssemos falar, e voltava a nos olhar para dizer, em sua voz normal, que o mar queria que ficássemos fortes, que devíamos comer o que estava na mesa, o mar queria, e mesmo eu sabendo ser ela que falava por ele,  acreditava que ele nos havia  falado.

Sem a opressão de limites, qualquer coisa podia ser outra coisa, porque qualquer coisa era tudo; a completude que só as criancinhas sentem, ainda poupadas da rigidez de conceitos; da própria compreensão racional. Cada vez que mamãe repetia o pedido do mar, era ele quem eu realmente ouvia, e era ela que eu amava sendo ele, de novo e de novo…

A lembrança viva daquele momento, do irmanar de cores, brisa,  e voz, na cozinha do meu primeiro lar, é outro retorno a mim mesma; `a vivência  de uma essência comum entre som, tato, vista,  o dentro e o fora, a mãe e o mar, o coração e a vida.

Tudo que fôra origem tinha sido esquecido, e só o período doloroso, que começou com o acordar da racionalidade, ficara em mim; o tempo de um sofrimento  intenso o suficiente para me dar a força necessária de eventualmente sobreviver, como árvore transplantada, em outro país.

 
  • 1 de ago. de 2017
  • 5 min de leitura

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Ficamos hospedados em Barcelona, numa rua em que não passa carros. Assim como o nosso apartamento, os do prédio em frente tinham suas pequenas varandas, onde os moradores se quedavam, durante longos momentos a cada vez, através do dia,  para olhar, ou simplesmente sentir, o  que acontecia lá fora. Casais idosos pareciam encontrar nisso seu principal afazer, pois traziam pra fora seus refrescos, bordados, ou até tábua, com roupas a serem passadas, de modo a não interromper sua contemplação, de puro contacto com o ar externo. Devido ao calor, os homens apareciam de bermuda e sem camisa, expondo com naturalidade, suas barrigas volumosas e peitos peludos, pouco se lixando para a imagem que poderiam dar aos outros. Quando eu e meus filhos voltávamos de algum programa, íamos direto para a nossa varandinha, que, logo da porta de entrada, aparecia como um observatório, convidando-nos  `a descoberta de outros universos. Sem poder exatamente precisar, ou prever, cada vida particular que nos aparecia, todas elas, como estrelas distantes, sugeriam mundos desconhecidos, atrás de cujo brilho tudo podia acontecer, cada qual evocando a presença potencial de todas as estórias possíveis  se imaginar. Sentir essa totalidade que, testemunha do ilimitado da imaginação, nos permitia transpor os limites da realidade imediata,  não só era enriquecedor, como tranquilizante. Lembrei-me de Aninho, o personagem nascido das horas em que Edgar e eu, com não mais do que quatro e cinco  anos, passávamos olhando nossa rua, sentados do lado de fora da porta. Aninho foi inventado a partir de um vizinho real, cuja casa ficava no ponto mais remoto da ladeira em que morávamos, e que, observada por nós, sem compromisso,  permitia que viajássemos por todos os mundos que evocava. Passando horas sentados do lado de fora da entrada de nossa casa, assistíamos, com a devoção que merece o desenrolar da vida, tudo que acontecia naquela pequena rua, ascendente e sem saída. Sempre que o carro azul de Aninho despontava lá no alto, recém saído de sua garagem, nossa atenção se aguçava, para poder registrar todos os segundos da  passagem do vizinho, como se fosse do desfile de um rei.  Quando um de nos o via individualmente, ou do alto do terraço, ou de algum ponto no jardim, a cena testemunhada, por mais trivial que fosse, virava uma revelação a ser compartilhada. Assim, Edgar pensou ter ouvido a mulher do vizinho, quando este ia entrando em seu carro, chama-lo de Aninho, ( nome que nem deve existir)  e pedir que ele não esquecesse de comprar bombril. Quando um de nós tinha qualquer informação nova sobre Aninho, (nunca sendo estas, na generosidade do nosso sonho, totalmente realistas) se sentia “escolhido”, e, com impaciência, ansiava pela hora de participar ao outro, tal revelação. Quando com medo do escuro,  confinados `as nossas camas para dormir cedo,  a conversa sobre Aninho era redentora. Parecia remendar a fragmentação de todas as formas que a escuridão diluía e reagrupava no que vinha a nos parecer entidades ameaçadoras, assim como dar sentido `a passagem do tempo, transformando aqueles momentos de opressão, em parte de uma estória; libertando-nos de qualquer aprisionamento. Criando Aninho, a partir de uma observação contemplativa, ao invés de, como muitos poderiam pensar,  interessada, ou fofoqueira, criamos um herói, cujo nome tornou-se senha contra o medo noturno, e cuja existência expandia nossa imaginação. Toda noite, um de nós dizia, assim que mamãe apagava a luz e nos deixava, “Vão conversar do Aninho?”

Quando não tínhamos nada novo pra contar, repetíamos as mesmas estórias, cujo valor, semelhante ao de uma prece, não se esgotava na repetição: “Aninho estava dirigindo e…” etc etc.

Tendo morado há muitos anos, em varias cidades dos Estados Unidos, esqueci como se expor na janela e olhar o mundo la fora regenera, sendo, antes de tudo, o jeito de sentir a conexão com as outras pessoas, que, desconhecidas, verdadeiramente nos aparecem, então, como nossos  irmãos, igualados pela vida que todos repartimos. Bem ao contrário, na cultura americana, em diferentes estados, cansei-me de ver no verão, janelas, varandas, e até jardins de gramados reluzentes, sempre vazios. Minha filha, quando ainda pequena, queixava-se da aridez das vizinhanças, chegando `as vezes a ter medo de que fossem assombradas. Por minha vez, me chocava pensar que toda a jardinagem investida no verde vizinho, e no colorido das flores, era somente para dar boa imagem a outros, quer dizer, para responder a um dever, e não para ser fonte de relaxamento e divagação, como as varandinhas de Barcelona. Honrando, do mesmo modo, a preocupação com o juízo alheio, americanos não iriam deixar, a não ser numa piscina,   peito, barriga e pelos, `a vista de “estranhos”, ainda menos expor o fato, pra eles vergonhoso, de estarem eles próprios observando o que, em princípio, não lhes diz respeito, e podendo, ainda mais vergonhosamente, ser observados. Olhar intencionalmente para desconhecidos parece pecaminoso, numa cultura que não tem tempo pra nada, ou, por outra, só tem tempo para o que "leva a alguma coisa". Tomam como  afronta um simples olhar mais demorado, o que sua mentalidade pragmática deve interpretar como crítica `a sua pessoa, justamente por tanto se focarem no juízo alheio, que  acaba virando fonte de dever impessoal, e meramente convencional. No Midwest americano, a região mais conservadora, talvez, do país, tive a impressão de que cada pessoa é polícia do seus semelhantes, arquivando tudo o que, neles, desvia dos moldes previsíveis de comportamento, mesmo que não chegue a quebrar leis. A cultura americana, excelente para a produtividade, parece só enxergar na realidade, objetivos a serem alcançados. Onde está a pausa do espírito, a oportunidade  de se botar de lado de toda transitoriedade, de sentir-se igual a seus semelhantes, independente de saber quem são, quanto ganham, e quanto “valem”?

Refletindo que para o espirito pragmático, só o que deve ser feito leva “a alguma coisa”, e que essa “alguma coisa” é um resultado visível, definido e portanto finito, como, principalmente, os do progresso tecnológico, lembrei-me de uma tia americana, excelente senhora, que está sempre sob o jugo do dever, mantendo a casa impecavelmente limpa a qualquer hora, cozinhando para todos, em dias comemorativos, e jamais criticando alguém, e nunca parecendo se entregar ao “excesso” de meramente se divertir. Tradicionalmente católica, um dia, entretanto, confessou não entender, na parábola Marta e Maria, como Jesus defendeu Maria, ao ouvir Marta se queixar que esta, absorta nas palavras do Mestre, não a estava ajudando nas tarefas domésticas,    “Marta, Marta”, disse o mestre, “voce esta preocupada com muitas coisas, mas só uma é necessária. Maria fez a melhor escolha, e isso não será tirado dela.”

O que é espirito não pode ser roubado, ou extinto. As palavras do Senhor viveriam pra sempre, na alma de Maria. O trabalho doméstico de Marta, por outro lado, seria constantemente destruído pela poeira e pelo tempo, como se nunca tivesse sido feito.

Sem querer, obviamente, dar a nosso Aninho, ou ao que se contempla das varandas de Barcelona, a mesma importância das  palavras de Jesus, sei, entretanto, que mesmo sem ser útil, ou levar a “nada”, nem um, e nem outro, serão tirados de mim.

 
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