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COLUNAS

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  • 14 de abr. de 2015
  • 2 min de leitura

A cada vez que vejo um comentário a este respeito, me pergunto: por que ainda estão falando nisso? Afinal, por mais que ache que tenho uma visão moderna sobre as coisas, ou a maioria delas, eu não posso ser tão moderna assim, ao ver uma mulher jantando sozinha num restaurante, ou ser esta mulher e achar normalíssimo.

Por que isto ainda é tabu? Por que ainda se fala tanto nisso ? A questão está sempre incluída em pautas de programas de opinião, é algo recorrente, sempre com muitos argumentos tentando justificar ambos os lados, embora eu ache que apenas um deve ser considerado. O que remete ao fato de uma pessoa do gênero feminino ter fome na rua ou vontade de entrar num restaurante e saborear uma deliciosa refeição.

Canso de fazer isso e não é de hoje, não. Há mais de vinte anos faço isso com regularidade diferenciada devido à realidade que estiver vivendo. Nunca me senti discriminada por isto, embora deva ter sido. Afinal, o assunto continua vivo.


Talvez minha realidade de filha única tenha me feito, naturalmente, fazer muitas coisas sozinhas, além das que faço acompanhada, e isso foi absorvido por meu dia a dia. Há muitos anos fui fazer um curso em Londres e depois de quinze dias na cidade, “desci” a Europa, terminando minha viagem três meses depois na Itália, lugar onde eu queria muito voltar, por razões de origem familiar.

Pois em todos estes dias eu entrei em restaurantes dos países pelos quais passei, sempre pedindo “Table for one, please”, e o resultado sempre foi dos melhores. Até na Itália, onde tive alguns problemas pelo machismo absurdo.



Hoje em dia existem até algumas muletas como o celular, por exemplo. A “vítima”, tão observada e com estranhamento, como todos dizem, pode se divertir com os inúmeros aplicativos, interativos ou não. Eu também lanço mão disso, mas só quando o entorno está chato ou eu curiosa na espera de alguma informação. Sempre adorei observar o comportamento humano, como as pessoas agem, se comportam, as personas… Depois de alguns anos de análise então, isso fica (ainda mais) delicioso. É bom ver como as pessoas agem, nas duas circunstâncias_ ou achando que você não está ali, que é invisível_ ou representando porque sabem que tem alguém por perto.

Termino sem ter uma resposta pra tanto blá blá blá em torno do tema, mas quis deixar registrado meu espanto e curiosidade do porque disto ser tão valorizado. Se você tem a resposta, cartas pra redação ! Deixe aqui seu comentário.

  • 8 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

Num mundo cada vez mais barulhento, estamos entrando numa onda de decibéis enlouquecidos e não estamos nos dando conta. A verdade é que de vinte anos para cá tivemos nossa vida mudada com a chegada da Internet e os desdobramentos que esta nos proporcionou através dos vários gadgets. Foi enorme.

A Internet Comercial chegou ao Brasil de fato em 1996, pouco depois do telefone celular, nesta época já acessível para grande parte da classe média, que não precisava mais pagar pelas ligações recebidas e já começava a ter acesso à caixa postal ! Com o barateamento desses custos, tecnologia caminhando a passos largos, logo a maioria mais absoluta da população começou a desfrutar de tudo que tocava, apitava, cantava, assustava.

Mas isso foi um plus _ grande, é verdade_ ao mundo que vivemos, já tão barulhento e sem legislação.

O que dizer das buzinas, e pior, as buzinas dos moto boys, que passam direto exigindo passagem, e não pedindo, aos que tiram o “miolo” do cano de descarga da moto e rodam livremente, pouco se importando com as outras pessoas.

Falta de educação é palavra chave, mas displicência e pouco caso também são protagonistas desta história, vindo da parte das autoridades.

Tenho um amigo de infância que outro dia me ligou porque estava escrevendo uma carta para a prefeitura e o motivo era exatamente este. Há 25 anos trabalhando numa empresa aérea internacional, ele tem horários irregulares, ou seja, escalas. Ele nunca sabe como será a semana dele com grande antecedência. Com tanto tempo de casa e dedicação, hoje ele é o chefe no Aeroporto Tom Jobim. Muita responsabilidade recai sobre suas costas e o mínimo que este profissional precisa pra manter a saúde, o discernimento e a sanidade é dormir.



Seu telefonema veio do incômodo desta impossibilidade quando trabalha de madrugada. Ele me contou que escurece o quarto, liga o ar, desliga o telefone e usa máscara para dormir e plugs de ouvido. O que, abrindo um parênteses, já é uma temeridade, porque se gritarem Fogo !, ele jamais escutará. Com todo este aparato ele passa por aquela tortura de estar quase pegando no sono e ser despertado pelo alarme de garagem, que foi criado para avisar ao PEDESTRE, que algum carro está saindo e por isto o mesmo deve parar ou olhar e ter cuidado. Hoje em dia, este alarme é disparado quando um carro vai entrar também. Então, o dia inteiro, aquele bi-bi-bi insuportável é acionado, cada vez mais alto, sem nenhum tipo de controle.

Por que apitar quando o carro vai entrar ? Para avisar ao porteiro, que se está cumprindo sua função, está acordado, alerta e vendo o carro chegar?

Esta é apenas uma das discrepâncias que vivemos, com absoluto descaso das autoridades. Elas têm ingerência sobre este tipo de irregularidade e têm de se responsabilizar. Fazendo um exercício de suposições, neste mesmo prédio pode ter uma mãe penando com seu recem-mascido que não consegue dormir, uma pessoa de idade presa a uma cama, ou não, pode estar sofrendo com isso.


Sounds of Silence

Tantas campanhas são propostas atualmente e através das redes sociais, onde chegam mais rápido; algo deveria ser pensado neste sentido.



Ouvir o som do silêncio, por opção, a partir das 22h deveria ser uma opção do cidadão dentro de casa. Se os locais públicos estão com decibéis lá em cima, é terrível, mas temos o poder de escolha de não entrar ali.

Será que precisamos viajar para ouvir o tal silêncio? Acho que cabe uma reflexão do macro.

Cada vez mais voltados para o externo, desde o bar, a moto, o alarme de garagem até o forno de microondas, o aspirador, o whatsapp, o messenger, o email, que apitam com sons diferenciados e já nos colocam em estado de alerta do “precisar olhar” , checar do que se trata, cada vez mais estressados, fazendo-nos inclusive priorizar a chamada externa, deixando de lado quem está ao nosso lado, muitas vezes com uma conversa adorável.

  • 2 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

Fazer esta pergunta olhando-se no próprio espelho deve ser uma das coisas mais aterradoras e terríveis que pode haver. É o momento em que não olhamos pro espelho para nos admirar ou ver algum defeito; é a perda da identidade. Coisa que nem sempre pode ser resolvida.

Este assunto está na minha cabeça há semanas. Quando Gabriel Garcia Marquez ganhou o prêmio Nobel de literatura dizia ser este o seu critério de escolha para escrever sobre algum assunto. Nunca mais me esqueci disso, e foi em 1984 ou 85. Resolvi ir adiante, porque o choque foi enorme.


Desde que vi as fotos de Renée Zellweger, sem saber o que havia acontecido, fiquei aterrorizada num primeiro momento e consternada depois disso. Fiquei com pena dela. Nunca havia visto tamanha transformação numa pessoa tão nova, sem aberrações: Explico: seu rosto não foi deformado por preenchimentos, maus profissionais, ela não ficou feia ou assustadora. Ela mudou. Deixou de ser quem era. E se é que se pode interpretar o olhar de uma pessoa que passou a ter olhos tão diferentes, este parece ser muito triste…


Sempre a achei uma graça. E muito corajosa. Afinal, uma mulher ainda mais nova do que os seus 44 anos de agora, topar engordar tanto para fazer dois papéis no cinema e voltar maravilhosamente bem ao seu corpo não é pra qualquer uma, não. Ainda mais no mundo em que vivemos e no mundo em que ela vive: Hollywood. Sempre me perguntei se isso não teria deixado rastros emocionais em seu inconsciente ou até mesmo num nível maior de consciência. Da  primeira vez ela ficou muito, muito magra após o regime. Mas nunca mais pensei nisso.

Até hoje, acho que só Robert De Niro cumpriu essa tarefa sem sequelas quando precisou engordar trinta quilos para protagonizar “Touro Indomável”, no final dos anos 70. Mas ele é homem, tudo é mais fácil no padrão de beleza, até mesmo o metabolismo masculino ajuda.




Agora, ao saber que ela achou que precisava se reinventar por não ter tido papéis nos últimos cinco anos e que o caminho escolhido foi o bisturi, pensei que ela precisava mesmo era de um bom psicanalista pra botar a casa em ordem.


A sociedade americana tem esses movimentos esquisitos, muitas vezes até “contados” por eles próprios em seus filmes. O sujeito_ ator, famoso, embriagado ou toxicômano_ cai em desgraça depois de quebrar não sei quantos quartos de hotel, ser preso dirigindo embriagado, atropelado uns tantos incautos. Mas aí  vem o agente ou alguem com expertise no ramo de imagem, arranja-lhe um bom casamento, escreve um livro como uma forma de redenção e voilá ! Rapidinho surgem roteiros melhores, bilheteria bombando e logo logo um belíssimo salário. Foi assim com Robert Downey Jr., que ninguém acreditava que sairia do poço e com Anne Heche, namorada da lésbica mais famosa e leia-se respeitada dos EUA nos anos 90, frequentadora da Casa Branca na era Clinton, a quem claramente fez de escada. Foi execrada, chamada de louca, escreveu um livro, protagonizou minisséries para a TV, casou, teve filho, separou e casou-se novamente. Isto é Hollywood !


Sou absolutamente a favor da cirurgia plástica, mas bem pensada e pra dar um upgrade no visual. Assim como tratar bem a pele e a cabeça para que o resultado, físico e psicológico, seja o melhor possível. Várias pessoas, homens e mulheres, planejam esta etapa e têm resultados muito, muito bons. A exemplo da deusa Julia Roberts que fez bem masis nova e tem, cada vez mais, ares de diva. Quem não se deixa inspirar por ela?



Julia mostra que sabe o que quer e a quem procurar. Quem operou Renée, decididamnete não era um cirurgião sério, ético. Mas provou ser excelentes em transformações extremas. Ela ficou mesmo irreconhecível.Coitada da Renée que caiu neste conto absurdo. Quando a vejo sorrir em seu novo rosto, coisa com a qual ainda não me acostumei, parece-me uma pessoa conformada e triste, aprisionada em sua nova realidade, da qual não pode fugir.




Acho sinceramente  que ela fez um péssimo negócio e que mesmo que Hollywood a absolva, dessa jaula em que se meteu, jamais sairá.

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