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Bienal SP discute como a expografia muda a experiência do público

Você já se perguntou por que uma obra está em uma parede ou em outra? Por que as obras foram expostas de certa forma? Se uma exposição tem uma ordem certa a ser seguida? Já se sentiu perdido ao andar por uma mostra? Tudo isso tem relação com a palavra expografia.


Um dos primeiros usos do conceito foi feito, em 1993, por André Desvallées no seu Manuel de Muséographie. Para o autor, o termo expografia é o conjunto de técnicas usadas para a construção do espaço de uma exposição, tanto no plano físico como simbólico. Assim como a tarefa de escrever um texto, esta é constituída por três elementos básicos: o conteúdo, a ideia e a forma. Somados, tais elementos geram a experiência estética vivida pelo público.

As exposições podem ser criadas e apresentadas de muitos modos e com inúmeros formatos. A partir da construção dessa espécie de narrativa expográfica, há um desejo de comunicar uma ideia, um tema, um recorte conceitual, criando um elo essencial de contato direto com o público. A expografia também é um importante instrumento de educação, cultura e informação.


A ausência de divisórias internas no projeto original de Oscar Niemeyer para o Pavilhão Ciccillo Matarazzo permitiu que diversos tipos de expografia fossem exploradas ao longo de sua história. O arquiteto Martin Corullon, responsável pela expografia da 30ª Bienal de São Paulo (2012), comenta sobre essa liberdade maior que o espaço proporciona neste vídeo. Ao longo da história das Bienais, inúmeras soluções foram propostas pelos arquitetos e equipes.


A 34ª Bienal de São Paulo, por sua vez, terá projeto arquitetônico e expográfico desenvolvido pelo escritório Andrade Morettin, em colaboração com Metrópole Arquitetos Associados. Motivados pela ideia de "relação", proposta pela curadoria com base nos textos do escritor e filósofo Édouard Glissant, "o projeto pretende trazer o conceito do espaço público do Parque Ibirapuera para dentro do prédio por meio de estruturas análogas a praças e calçadas, que mimetizem o funcionamento da marquise [do parque], conectando galerias que — quase como edifícios porosos que se contrapõem à escala 'urbana' do pavilhão projetado por Oscar Niemeyer — vão oferecer ambientes de naturezas variadas, em uma escala mais contida", afirma Marcelo Morettin.

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