Artur Malheiro revisita Bergman e Wenders durante pausa no teatro
- andréia gomes durão
- 20 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Mesmo com o fim das gravações da novela "Ouro Verde", atualmente em exibição do Brasil, e da série "Madre Paula", ambas em Lisboa, o ator brasileiro Artur Malheiro não se afasta - nunca! - das artes cênicas. Pelo contrário. O artista carioca usa as "férias forçadas" impostas pela epidemia do coronavírus para reler grandes clássicos do teatro.
"Durante a quarentena, eu coloquei como objetivo pôr em dia a leitura de obras teóricas sobre teatro e também de peças que, normalmente, não conseguimos ler na correria do dia a dia", conta Malheiro, que também viu adiadas as apresentações das suas peças "Mulheres à beira do precipício", em cartaz desde outubro de 2019 no Teatro do Bairro e no espaço cultural da livraria Ler Devagar, ambos na capital portuguesa, além de "Incêndios", anteriormente montada no Rio de Janeiro pela atriz Marieta Severo, e que, além de Lisboa, teria apresentações na cidade de Alenquer.


"Dessa forma, me deparei com um belíssimo texto de Ingmar Bergman, chamado 'Cenas de um Casamento'. A peça conta a história do casal Johan e Marianne, aparentemente felizes, que partem para uma separação dolorosa. Parece um texto banal e com um certo sentimento de déjà vu, mas a crueza do texto e a maestria de Bergman fazem toda a diferença. O autor contou que levou três meses para escrevê-la, mas representa um período bastante longo na sua vida em termos de experiência", explica Malheiro.
"A peça foi lançada em 1972. No anos seguinte, foi transformada em série para a TV sueca e, em 1973, em um longa metragem, vencedor do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro", lembra o ator.

E quando faz uma pausa na leitura das peças, Malheiro aproveita para assistir filmes que estão sendo disponibilizados pelo Cine Medeia, em Lisboa. "Está sendo liberado um filme a cada terça-feira, e nas próximas semanas serão filmes do diretor alemão Wim Wenders", ainda sugere o artista.
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