"Cartas para Gonzaguinha": sucesso garante novas apresentações
- andréia gomes durão
- 7 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Depois do sucesso das primeiras apresentações em fevereiro, que levaram 2 mil pessoas ao Teatro Riachuelo, "Cartas para Gonzaguinha – O Musical" retorna ao palco. O espetáculo volta para a mesma casa, no Centro do Rio, para mais três apresentações – nos dias 10, 17 e 24 de abril. São três quartas-feiras, sempre às 20h.

Na numerosa plateia, destacaram-se nomes da literatura como Zuenir Ventura, Luis Fernando Veríssimo e Conceição Evaristo, que aplaudiram e deixaram seus elogios: "Gonzaguinha presente. Uma montagem entusiasmante", disse Veríssimo. Ventura também pontuou: "Uma peça que, como a vida, na canção, não tem vergonha de ser bonita". Evaristo sintetizou seus sentimentos sobre o espetáculo: "Um espetáculo belíssimo".

Mas o que é a vida? Em pleno fim da ditadura militar, trabalhadores de uma fábrica se deparam com a pergunta, posta por Gonzaguinha na grande mídia. As respostas mais criativas se tornarão versos de uma nova música. Esse é o ponto de partida de "Cartas para Gonzaguinha - O Musical", que estreou em fevereiro e, depois de grande sucesso, dará ao público novas oportunidades de se encantar.

O espetáculo mescla músicas consagradas e algumas menos conhecidas (e até inéditas!) de Gonzaguinha. A realização é do Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical (Ceftem). A direção cênica e de movimento é assinada por Rafaela Amado, e a direção musical por João Bittencourt (que é idealizador do projeto). A cantora e filha de Gonzaguinha, Nanan Gonzaga, é responsável pela pesquisa e participa, também, como assistente geral. O texto é de Tiago Rocha.
"Cartas para Gonzaguinha" é uma obra de ficção que se ambienta no Brasil do início da década de 80. A retomada da democracia avança lentamente pelo País, mas as lutas sindicais ainda encontram forte repressão. Os personagens que povoam essa história foram batizados com os nomes que constam na poética de Gonzaguinha: José, João, Solemar, Geraldina, entre outros.
Os trabalhadores lutam para garantir o salário, e quem sabe, levar para casa um pouco mais do que só o feijão. Mas um escândalo de corrupção envolvendo o dono da fábrica desestabiliza o negócio, e traz à tona o tão temido fantasma da demissão. Cumprindo horas extras não remuneradas, os operários se articulam. Alguns vão para o olho da rua, e outros podem encontrar um destino ainda mais trágico.
Em meio a essa luta e a condições precárias de trabalho (e de vida), resiste a possibilidade de refletir sobre o que é a vida. Cada um dos trabalhadores responde, por escrito, à pergunta: "o que é a vida para você?". Eles têm a esperança de serem escolhidos por Gonzaguinha, que sempre teve como matéria-prima de seu trabalho o ser humano em sua essência mais pura.
- Gonzaguinha era humano. Queremos trazer a simplicidade do olhar dele quando fala das pessoas do cotidiano - pontua o diretor musical João Bittencourt.
Financiamento coletivo (para ingressos com desconto e outras recompensas). Outras informações pela página do espetáculo no Facebook e no perfil do Instagram.
O Teatro Riachuelo fica na rua do Passeio 38/40, no Centro.
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