"Ciclo", individual de Monica Piloni na Zipper, abre neste sábado
- andréia gomes durão
- 11 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
A exposição individual "Ciclo", primeira de Monica Piloni na Zipper Galeria, tem vernissage neste sábado, dia 11, e se situa em algum ponto entre o corpo e o objeto, a escultura e a instalação, o erotismo e o bizarro. A mostra reúne novos trabalhos da artista que distorcem o corpo humano com desmembramentos, omissões ou multiplicação de elementos, gerando formas não naturais, frequentemente incômodas.

A mostra expressa as permanências e as transformações em curso no trabalho desta artista que tem na representação do corpo o seu ponto de partida. Uma das obras, em especial, representa estes dois estágios: em "Gangorra", a maior na exposição, duas figuras humanas se debruçam em cada uma das pontas de uma mesa, que, num ciclo incessante, oscila como uma gangorra. A inserção de objetos cênicos – como um espelho, um livro que se torna um biombo e mobiliários invisíveis – e a concepção instalativa indicam a transição por que passa o trabalho dela.

No campo das permanências, Monica Piloni mantém o processo de ser o modelo vivo em seu trabalho. A partir de moldes produzidos no próprio corpo da artista, a anatomia original é modificada. Resulta, muitas vezes, que aquelas figuras passem a não ser mais identificados como corpos, mas como objetos, por vezes seres misteriosos e desconhecidos. "O dado do irreconhecível é algo que me move. Investigo se há um prazer por trás do medo. Meu trabalho depende da reação do público. Eu preciso desta resposta, deste espelho", afirma a artista.

Em esculturas, objetos e fotografias, o trabalho de Monica Piloni (Curitiba, 1978) ao mesmo tempo questiona a sexualização da figura feminina e instiga sensualidade, por meio de corpos nus distorcidos que repelem e atraem. Entre suas exposições individuais, destacam-se "Monica...", Epicentro, São Paulo, em 2017, e a intervenção urbana "Ilegais", na Rua da Aurora, em Recife, em 2014.

A artista participou de mostras coletivas como "Demasiado Pasolini", Biblioteca Mário de Andrade (2015); Trio Bienal, MNBA, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (2015); "Nova escultura brasileira", Caixa Cultural, Rio de Janeiro (2011), "O Colecionador de Sonhos", Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto (2011), entre outras. Seu trabalho figura em importantes coleções brasileiras, como Inhotim, MAC Niterói e Instituto Figueiredo Ferraz.
A exposição "Ciclo" ficará em cartaz até 08 de junho. A Zipper Galeria fica na rua Estados Unidos 1494, no Jardim América.
Fotos: divulgação
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