Fava da Silva leva seu discurso sobre o feminismo à Lisboa
- andréia gomes durão
- 7 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de fev. de 2019
A artista visual brasileira Fava da Silva acaba de desembarcar em Lisboa para vivenciar uma residência artística de três meses no Zaratan Arte Contemporânea. Sediada em Belo Horizonte, ela retorna de uma residência em Nova York, onde estudou na SVA, e seu percurso também passa pelo Parque Lage, no Rio, além de bacharelado e mestrado na área de cinema.

No currículo, exposições na Galeria NYC e na Greenpoint Gallery, ambas em Nova York, na Casa Azeitona (BH), Centro Cultural dos Correios (Juiz de Fora e Niterói), entre outros. Em 2014, teve suas gravuras publicadas na revista belga Actuel.

Seu trabalho explora as imagens que povoam suas memórias e imaginário, relacionadas a sua infância e trajetória enquanto mulher e artista, além das questões concernentes às relações entre corpo, política e feminismo. A residência na Zaratan é realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e o projeto pode ser acompanhado pela sua página.

"No plano de trabalho da residência artística está previsto um mês de pesquisa em que pretendo dar continuidade ao processo que venho desenvolvendo. Tenho olhado para a condição da mulher nessa sociedade patriarcal. Muitas questões me espantam nos dados que tenho acessado, sendo a culpabilização da vítima umas das coisas mais perversas. E ainda há quem pergunte: feminismo pra quê?", destaca a artista.
"Se a função de fêmea não basta para definir a mulher, se nos recusamos também a explicá-la pelo 'eterno feminino', e se, no entanto, admitimos, ainda que provisoriamente, que há mulheres na Terra, teremos que reformular a pergunta: o que é uma mulher?
O próprio enunciado do problema sugere-me uma primeira resposta. É significativo que eu apresente esse problema. Um homem não teria a ideia de escrever um livro sobre a situação singular que ocupam os machos na humanidade. Se quero definir-me, sou obrigada inicialmente a declarar: 'Sou uma mulher'. Essa verdade constitui o fundo sobre o qual se erguerá qualquer outra afirmação". (Trecho do livro "O segundo sexo", de Simone de Beauvoir)
O Zaratan Arte Contemporânea é uma organização fundada em 2014 por um grupo de artistas, com a intenção de criar condições para a contemplação, a experimentação e a pesquisa artística em estreita ligação com o contexto específico da cidade de Lisboa. O nome "Zaratan" é inspirado em uma criatura marinha mitológica tão grande que pode ser confundida com uma ilha.
Fotos: Agustín Arosteguy
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