Itália irá contribuir para o restauro de obras do Museu Nacional
- andréia gomes durão
- 18 de jun. de 2019
- 3 min de leitura
O Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, em colaboração com o Ministério de Bens e Atividades Culturais da Itália, a Embaixada da Itália em Brasília e o Consulado Geral da Itália do Rio, realiza nesta quarta-feira, dia 19, o Simpósio Internacional "O museu como laboratório: entre memória, sustentabilidade e inovação", que reunirá, em torno de questões altamente atuais, diretores, curadores e pesquisadores dos principais museus do Brasil e da Itália, gestores e empreendedores da cultura, além de representantes de instituições artísticas, acadêmicas e governativas dos dois países.

A iniciativa visa contribuir para reflexões e discussões sobre os temas da preservação e da valorização do patrimônio artístico e cultural, e tem como objetivo estimular o diálogo e a cooperação cultural entre Itália e Brasil.

Depois do trágico episódio do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, em setembro passado – quando grande parte da Coleção Greco-Romana, trazida ao Rio pela imperatriz Teresa Cristina, foi destruída –, Itália e Brasil se reencontram sob a certeza de uma ausência que somente a memória e um esforço conjunto dos dois países conseguirão preencher.
Esse desafio leva à necessidade de avançar na proposição e implementação de soluções inovadoras, seja do ponto de vista da gestão e da segurança dos museus, seja no tocante à utilização de dispositivos multimídias que permitam novas modalidades de recuperação da memória e novas oportunidades de fruição do passado.
"O simpósio tem um propósito: queremos estimular uma reflexão conjunta, entre especialistas e representantes de instituições do governo e acadêmicas da Itália e do Brasil, sobre a redefinição do papel do museu, cada vez mais dinâmico e múltiplo - podemos enxergá-lo como um laboratório de soluções e trajetos possíveis para as coletividades em que está inserido. Grande destaque terá a ilustração de melhores práticas experimentadas em ambos os países, tanto na gestão como na implementação de tecnologias inovadoras a serviço da cultura", afirma a diretora do Instituto Italiano, Livia Raponi.
O ponto alto do simpósio, portanto, promete ser a ratificação do anúncio de cooperação cultural, científica e tecnológica que o Governo da Itália irá selar com o Brasil. Com a colaboração do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles e os Parques Arqueológicos de Pompeia e Herculano, o Ministério Italiano dos Bens e das Atividades Culturais enviará para exposição no Brasil, por um período prolongado, uma seleção de prestigiosas peças que serão expostas na Sala Roma, do Consulado Geral da Itália no Rio, até que a reconstrução do Museu Nacional permita a recepção do acervo para exposição das obras.
O Ministério da Cultura italiano também irá colaborar na restauração de uma Koré, uma importante estátua feminina grega – encontrada em 1853 em um túmulo, durante as primeiras escavações conduzidas por Teresa Cristina – e quebrada no incêndio.
"A união de esforços entre o Brasil e a Itália na reconfiguração do acervo do Museu Nacional e em particular na recomposição da coleção grego-romana da imperatriz Teresa Cristina, torna ainda mais estreita a cooperação cultural entre os dois países e mais profundos seus laços de amizade. Neste momento, a Itália pode contribuir de forma muito significativa, seja em termos de patrimônio histórico e artístico, seja em termos de know how no âmbito da restauração", afirma Antonio Bernardini, embaixador da Itália no Brasil.
Para a consagração desta cooperação cultural, a vice-ministra da Cultura da Itália, Lucia Borgonzoni, virá ao Brasil acompanhada por uma delegação de profissionais de museus da Itália – entre eles, Francesco Sirano, diretor do Parque Arqueológico de Heculano e Paolo Giulierini, diretor do Museu Arqueológico de Nápoles.
A restauradora do Parque Arqueológico de Herculano, Dra. Elisabetta Canna, também faz parte da comitiva italiana que virá participar do encontro internacional. Além de participar do simpósio, a restauradora terá um encontro com a direção do Museu Nacional para avaliação técnica das condições necessárias para o início dos trabalhos de restauração.
Aberto ao público com entrada gratuita, o simpósio "O museu como laboratório: entre memória, sustentabilidade e inovação" será articulado em duas sessões: a parte da manhã será dedicada à memória, à sustentabilidade e à inovação nos museus e terá a participação de especialistas italianos e brasileiros; a tarde será direcionada às aplicações cientificas e tecnológicas no âmbito dos museus.
Nesta última sessão, representantes do Grupo Leonardo e da Fundação Bracco – empresas italianas patrocinadoras do evento – ilustrarão projetos inovadores no campo do monitoramento e da segurança do patrimônio artístico e cultural.
O Instituto Italiano di Cultura Rio de Janeiro fica na Av. Presidente Antonio Carlos 40, no Centro.
Fotos: divulgação
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