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"Ivan Serpa: a expressão do concreto" traz pluralidade do artista

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 28 de fev. de 2020
  • 3 min de leitura

"Nunca há nada de realmente novo. O novo é algo do passado que foi escolhido outra vez.

O que existe, sempre, é uma retomada de posição."

Ivan Serpa


O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio inaugura nesta quarta-feira, dia 04, a exposição "Ivan Serpa: a expressão do concreto", uma ampla retrospectiva de um dos mais importantes mestres da história da arte brasileira. A mostra apresenta mais de 200 trabalhos, de diversas fases do artista que morreu precocemente (Rio de Janeiro, 1923/1973), mas deixou obras que abrangem uma grande diversidade de tendências, utilizando diversas técnicas, tornando-se uma referência para novos caminhos na arte visual nacional.


A exposição "Ivan Serpa: a expressão do concreto" percorre a rica trajetória do artista, expoente do modernismo brasileiro por meio de obras de grande relevância, selecionadas em diversos acervos públicos e privados.

Com curadoria de Marcus de Lontra Costa e de Hélio Márcio Dias Ferreira, a mostra apresenta obras de todas as fases e técnicas utilizadas pelo artista: concretismo / colagem sob pressão e calor / mulher e bicho / anóbios (abstração informal) / negra (crepuscular) / op - erótica / anti-letra / amazônica / mangueira e geomântica.

A pluralidade criativa e suas expressões ratificam o importante papel de Ivan Serpa na arte moderna brasileira, na criação e liderança do Grupo Frente (Lygia Clark, Lygia Pape, Franz Weissmann, Abrahan Palatinik, Hélio Oiticica e Aluísio Carvão), e por meio de seu projeto de difundir e motivar as novas gerações para a arte, com suas aulas para crianças e adultos no Museu de Arte Moderna.


"Ivan Serpa: a expressão do concreto" resume a essência da obra desse artista que, apesar de ser mais conhecido pelo Concretismo, também se aventurou pela liberdade do expressionismo, sem nunca perder contato com a ordem e a estrutura. Trata-se de uma exposição única, de um artista complexo, definitiva para reascender a memória sobre esse operário da arte brasileira.


"Ivan Serpa surpreende até hoje por sua extrema sensibilidade, pelo seu permanente compromisso com a liberdade que alimenta a verdadeira criação artística. Enquanto críticos e teóricos cobravam do artista uma coerência estética, veiculando-a a uma determinada escola artística, Serpa respondia com a ousadia e o desprendimento característico dos verdadeiros criadores. Entre tantos ensinamentos, a lição que Serpa nos lega é essa ânsia, esse compromisso permanente com a liberdade e a ousadia que transforma a aventura humana em algo sublime e transformador. Por isso, hoje e sempre, é preciso manter contato com a produção desse artista exemplar que transforma formas e cores em um caleidoscópio mágico, múltiplo e íntegro em sua linguagem expressiva”, diz Marcus de Lontra Costa, um dos curadores da exposição.


"Agradecemos a Ivan Serpa pelo seu legado, que deixou um rastro de liberdade na arte brasileira, da modernidade aos nossos dias. Lembremos que, na sua relativamente curta trajetória, ansioso por viver e trabalhar, desde pequeno viveu sob a ameaça da morte, mas encontrou tempo para ensinar aos outros o poder da arte", complementa Hélio Márcio Dias Ferreira, pesquisador especialista na obra de Ivan Serpa.

"Trajetórias corajosas, como as de Ivan Serpa, acentuam a importância da ação artística como instrumento de definição das identidades culturais comuns, mas, também, como agente de questionamento e subversão. No mundo contemporâneo é preciso sempre estar atento e forte, e se alimentar de saberes oriundos do passado recente, para que possamos enfrentar os dilemas e desafios do presente e do futuro. Por isso o desafio maior da arte contemporânea é o enfrentamento, e exemplos como o de Ivan Serpa nos dão a régua e o compasso e nos ensinam a superar e vencer os dragões da maldade", complementa Marcus de Lontra Costa.


A mostra permanece no Rio de Janeiro até 12 de maio, seguindo ainda este ano para os Centros Culturais do Banco do Brasil de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.


O Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB-Rio fica na Rua Primeiro de Março 66, no Centro.


Fotos: Jaime Acioli

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