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Laura Vinci e Marcius Galan integram o "Múltiplos Inhotim"

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 18 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura

A Carbono apresenta as duas edições que inauguram o projeto Múltiplos Inhotim, criado para fomentar o colecionismo e incentivar a produção artística. Oportunidade para adquirir trabalhos e apoiar o Instituto Inhotim. Esta edição reúne os artistas Laura Vinci e Marcius Galan.


"A primeira vez que o X vermelho surgiu em meus trabalhos foi como uma projeção luminosa para a peça Na Selva das Cidades, desenvolvida com Alessandra Domingues, a designer de luz daquela montagem. Depois disso, o X vermelho tem feito parte de vários trabalhos meus. Para o Inhotim, produzi especialmente uma versão em litogravura no tamanho A3 com o X impregnado de um vermelho sanguíneo no papel 100% algodão. Quando me perguntam o que significa esse X, respondo me devolvendo a pergunta: um aviso? Um risco? Uma mira? Um sinal preciso? Uma marca de urgência?...", explica Laura.

"X Vermelho", de Laura Vinci

Iniciando sua produção nos anos 1980, Laura Vinci (São Paulo, 1962. Vive e trabalha em São Paulo) se interessa pelo espaço e suas configurações, tematicamente articulado à efemeridade da matéria e à experiência cronológica sensível do tempo. Apesar de variar os materiais, eles acabam se relacionando por aspectos de cor, materialidade e fluência, ou por serem diferentes estados de uma mesma matéria, como mármore, pó e vidro, ou água, gelo e vapor.


Sobre sua obra, o crítico Paulo Sergio Duarte comenta: "em contato com os seus trabalhos, experimentamos um tempo perdido, não o da memória proustiana, mas aquele que foi sequestrado pela vida contemporânea. Escultora, seu tempo adere à matéria mesmo que esta seja o vapor d’água".

"Forquilha", de Marcius Galan

"Eu sugeri aos funcionários do Jardim Botânico Inhotim que encontrassem boas forquilhas, de galhos caídos ou de podas que estavam previstas nas árvores. A ação resgata, de alguma maneira, uma lembrança muito comum nas crianças das cidades do interior, que iam para o mato encontrar material para fazer estilingue. Um objeto ambíguo entre a arma e o brinquedo. As peças recebem uma fita metálica rígida que adquire uma visualidade elástica pela relação que estabelece com o objeto de madeira. Além disso, a forquilha é usada como objeto estruturante para edificações provisórias, como objeto de demarcação em algumas culturas indígenas e para encontrar água segundo os adeptos da radiestesia – funcionando como ferramenta sensível na mediação entre o corpo e o campo eletromagnético da água subterrânea. Em sua forma, a forquilha sugere novamente a ambiguidade das possibilidades de direção em um caminho bifurcado", conta Galan.


Marcius Galan (Indianópolis, EUA, 1972. Vive e trabalha em São Paulo) questiona os instrumentos de representação e destaca suas imprecisões por meio de sua exploração. Trabalha com esculturas, instalações, fotografias, colagens e desenhos. O início de seu trabalho reflete sobre a função dos objetos e a vontade de subverter a lógica do funcionamento das coisas. O artista se apropria de objetos cotidianos em seus trabalhos e os ressignifica.


O outro aspecto importante de seu trabalho é a escolha dos materiais: já fez uso de materiais diversos e a ideia inicial e o objetivo final do trabalho conduzem a busca do melhor material.


Em suas obras espaciais, Galan testa a percepção do visitante, muitas vezes fazendo-o duvidar do que vê, como faz em seu trabalho Seção diagonal (2008), instalado em Inhotim: cria um plano visual por meio da pintura das paredes e da colocação de uma linha nos limites, mimetizando um plano diagonal de vidro, mas que não existente fisicamente.

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