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Murilo Salles expõe fotografias de 1975 e 1979 na Carbono Galeria

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 8 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

No mês da fotografia, a Carbono apresenta uma exposição do cineasta e fotógrafo Murilo Salles. As obras estão presentes no livro que será lançado na ocasião em que ele apresenta seu trabalho de fotografia ensaística realizado nos anos 1970. O vernissage acontece na próxima terça-feira, dia 13, às 19h.

Durante cinco anos, após ter fotografado Dona Flor e seus dois maridos e já considerado um dos mais talentosos fotógrafos do cinema brasileiro, o jovem Murilo se jogou na estrada com sua Nikon F2 à tiracolo. Ele rodou o mundo, de Nova York a Paris, Lisboa a Maputo, até voltar ao Brasil para as filmagens de Cabaré Mineiro, e nesse tempo produziu um trabalho de pesquisas e treinamento que revela porque Murilo se tornou tão precocemente uma referência como fotógrafo de cinema.


"Murilo Salles: Fotografias 1975-1979", da Numa Editora, apresenta 116 fotografias escolhidas dessa época, feitas entre 1975, no set de Dona Flor e seus dois maridos, e 1979, no set de Cabaré Mineiro. "As fotografias nesses cinco anos serviram, principalmente, para treinar o árduo caminho no uso da cor, do contraste e nos limites da exposição. Uma experiência que foi intensa e radical" (...) "Não coloco título nem digo onde tirei minhas fotografias porque isso não importa. O que interessa são as imagens. No título do livro está escrito o período em que foram realizadas, porque acho importante perspectivar a época que estava fazendo essas fotos. A mais nova tem 40 anos", comenta Murilo.


Mauricio Lissovsky, que assinou o ensaio crítico, escreve: "As fotografias do Murilo são posteriores ao cinema não em virtude da cronologia ou da desconstrução, mas porque vieram depois da condenação da fotografia à imobilidade e em contraposição ao seu confinamento. Suas fotos vieram depois do cinema porque recusam a premissa de que o movimento seja uma prerrogativa do mundo que o cinema apenas imita ou reproduz. Não sai ao encalço dos objetos móveis, como fazem os fotógrafos fascinados pela velocidade, pelo milésimo de segundo; são os próprios movimentos do cinema que sua fotografia busca. Em outras palavras, sua câmera não persegue a imobilidade do mundo, para eventualmente interrompê-lo; ela se alimenta da própria mobilidade do quadro".


Após este período sabático, Murilo fotografou filmes, até que passou a se dedicar à direção e, a partir de então, lançou longa-metragens, entre os quais filmes de ficção e documentários renomados.


A exposição poderá ser visitada até dia 24 de agosto. A Carbono Galeria fica na

Rua Joaquim Antunes 59, no Jardim Paulistano, em São Paulo.

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