Neo Muyanga apresenta "A maze in grace" na 34ª Bienal este sábado
- andréia gomes durão
- 3 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
O compositor, artista sonoro e libretista sul-africano Neo Muyanga apresenta uma performance musical inédita, "A maze in grace", na 34ª Bienal de São Paulo – "Faz escuro mas eu canto", no próximo sábado, dia 08, às 11h. A apresentação que vai se espalhar por diversos pisos do Pavilhão, ao redor de seu icônico vão central. Um coro de 40 vozes vai ocupar os três andares do Pavilhão da Bienal, ao redor de seu vão central, cantando uma nova composição para a melodia da conhecida Amazing Grace [Graça sublime], frequentemente apresentada como um hino de rituais de luto público em diferentes partes da África, e que possui conotação política religiosa para a comunidade afro-americana nos EUA.
O trabalho de Muyanga propõe a desconstrução e um novo olhar sobre a canção, composta em 1772 por John Newton, um traficante de escravos britânico branco que se converteu e tornou-se um pastor anglicano abolicionista no final do século XVIII após uma série de experiências de quase morte. O coletivo teatral paulistano Legítima Defesa, que realiza ações poético-políticas de reflexão e representação da negritude, também participa da performance, assim como a artista Bianca Turner, que assina o videomapping utilizado na obra.

Para além de sua realização no dia 08, que dá início ao programa da 34a Bienal de São Paulo, a nova obra de Muyanga se desdobra em outros dois momentos: a performance que, em julho, abrirá a 11a Bienal de Liverpool, instituição parceira na realização deste trabalho; e a instalação audiovisual que integrará a mostra coletiva da 34ª Bienal, em setembro. Composta a partir de seu país, a África do Sul, e com realizações no Brasil e Inglaterra, essa obra religa os vértices do chamado “triângulo do Atlântico”.
A 34ª Bienal de São Paulo ocupa o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera.
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