Marco Antonio Portela abre "Nunca vi coisa mais bela", em Niterói
- andréia gomes durão
- 10 de jul. de 2019
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Um recorte da produção de Marco Antonio Portela poderá ser visto pelo público na exposição "Nunca vi coisa mais bela", com inauguração no próximo dia 18, quinta-feira, às 19h, na Galeria do Reserva Cultural de Niterói. A mostra apresenta 11 séries selecionadas pela curadora Marcia Mello, e tem o rosto do artista como elo de ligação entre os projetos. A exposição comemora os 20 anos de atividade artística de Portela.

Marco Antonio Portela (Rio de Janeiro, 1965) vem exibindo seu trabalho regularmente no Brasil e sua obra está presente em coleções importantes como a de Joaquim Paiva, Luiz Gama, Maria Iovino, Carlos Barroso, Centro Cultural da Caixa Econômica, Centro Cultural de Bellas Artes de Lima, entre outras. Foi premiado em segundo lugar no Prêmio PIPA Online em 2013.
Além de artista, tem atuado como curador e dirigiu a galeria de arte Meninos de Luz, na comunidade do Pavão Pavãozinho, no Rio, por três anos. Foi sócio do Espaço Eu Vira e do Ateliê Oriente, ambos também no Rio. Atualmente é sócio do espaço carioca A Casa.

"O uso da fotografia como instrumento crítico tem sido, indubitavelmente, a tônica da obra de Marco Antonio Portela, que completa 20 anos de atividade artística. 'Nunca vi coisa mais bela' traz ao público niteroiense vertentes importantes de sua produção, explicitando um discurso poético e escolhas formais coerentes desde suas primeiras exposições 'As que alimentam' e 'Da Paixão', realizadas em 1999, no Rio de Janeiro.
Seu método de trabalho articula fotografias selecionadas ou obras de autores consagrados – como a do controvertido Damien Hirst do grupo Young British Artists - que são apropriadas e associadas à imagem do artista. Concebe, desta forma, um personagem crítico voltado para questões polêmicas e, concomitantemente, dá forma a uma face icônica que permeia todos os trabalhos expostos. Em tom jocoso, o artista reflete sobre a vida e valores seminais da contemporaneidade, como religiosidade, gênero, passagem do tempo, mercado de arte. Volta-se com frequência à desmistificação das convenções com despojamento plástico.

Sua experiência visual promove a combinação de cenas rotineiras ou de paisagens de fácil identificação a sua própria imagem. Colagem, assemblage, sequenciamento e sobreposição de imagens são recursos comuns utilizados pelo artista, associando sentidos e criando camadas de conteúdos oriundos de um imaginário pessoal. O autorretrato feito com aparelho celular põe em foco a auto-representação na busca de reconhecimento com ironia crítica e explícita. Suas escolhas visuais passam com frequência pela perspectiva dos movimentos surrealista e dadaísta, com interseções poéticas bastante atuais.
Marco Antonio Portela satiriza, reflete, critica e diverte o observador, conferindo frescor num cenário devastado pela incoerência."
Marcia Mello
"Nunca vi coisa mais bela" poderá ser visitada até 19 de agosto. O Reserva Cultural de Niterói fica na Av. Visconde do Rio Branco 880, em São Domingos.
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