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O Homem que Cuida, de Alejandro Andújar, chega ao Rio e São Paulo

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 28 de set. de 2019
  • 3 min de leitura

Ao estilo do mestre Kiarostami, "O Homem que Cuida", filme do dominicano Alejandro Andújar, chega ao circuito do Rio e de São Paulo a partir do dia 03 de outubro. O filme foi vencedor do Yellow Robin Award, do Curaçao International Film Festival Rotterdam 2017, prêmio destinado a novos talentos do cinema latino-americano e caribenho.

É raro ter a oportunidade de assistir a um filme feito na República Dominicana, de imediato vem a curiosidade sobre como seria sua visão de cinema - que, obviamente, reflete também a própria sociedade local. Coprodução brasileira, "O Homem que Cuida" responde parcialmente esta pergunta, revelando um cenário bastante parecido com o que ocorre no Brasil: a exploração das classes trabalhadoras pela elite econômica.


Primeiro longa dirigido por Andújar, que se formou na escola de cinema de Cuba, "O Homem que Cuida" é uma história do Caribe que, com raízes fincadas na subordinação, expõe as diferenças sociais que afetam as relações cotidianas da sociedade dominicana, questões essas bastante conhecidas pelo público brasileiro.

Depois que a traição da esposa fez dele a piada da cidade, Juan (Héctor Aníbal) dedica sua vida ao trabalho, cuidando da casa de um ricaço em Palmar de Ocoa, província litorânea da República Dominicana. Rigoroso, mais do que manter tudo arrumado e resolver os problemas inevitáveis de uma casa de praia, Juan briga com amigos quando tentam usufruir das suas dependências, exclui de si próprio possíveis usufrutos, e age sempre de forma humilhante e subserviente, tudo bem ao gosto do patrão.


Tamanha submissão é posta à prova quando, de maneira inesperada, o jovem filho do proprietário, Rich (Yasser Michelén), aparece com um amigo estrangeiro (Héctor Medina) e com Karen, uma garota do povoado que acabou de conhecer (Julietta Rodríguez). Eles, brancos; ela, negra - assim como Juan. A divisão econômica a partir da cor da pele é imediatamente estabelecida, com a elite branca que manda e a classe trabalhadora negra que obedece.

Karen, a intrusa, se adequa ao contexto. Interessada em aproveitar o local, ela oferece o que tem à disposição: o próprio corpo. É o início de uma ciranda entre os personagens em que, cada vez mais, fica nítido o preconceito existente, seja ele de gênero, de cor ou de classe social. Junta-se a eles Belissa (Paula Ferry), em uma missão amorosa frustrada.


Dispostos a viver um fim de semana de prazer a qualquer custo, a situação foge do controle e rapidamente se torna um pesadelo para todos. Especialmente para Juan, que precisa arcar com as consequências.


Coprodução República Dominicana/Porto Rico/Brasil, "O homem que cuida" foi filmado na Baía de Palmar de Ocoa, na República Dominicana, e em San Juan, Porto Rico. Foi o vencedor do Concurso Fonprocine de 2013 da Direção Geral de Cinema da República Dominicana e da chamada do Programa Ibermedia de 2014.


A produção foi beneficiada com recursos do Programa para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica de Porto Rico e vencedor do fundo competitivo de coprodução com a América Latina da Ancine no Brasil.


Pré-estreia com debate no Rio de Janeiro: dia 01 de outubro, terça-feira: mesa com Alejandro Andújar, Karine Teles e Luciano Vidigal Estação Net Ipanema (R. Visc. de Pirajá, 605 - Ipanema, RJ), 20 horas.


Estreia com debate em São Paulo, dia 03 de outubro, quinta-feira: com Alejandro Andújar, Tata Amaral, Mariana Rondon e Jefferson De. - Sala não definida


Entrevistas como o diretor Alejandro Andújar: Rio de janeiro: dias 01 (terça-feira) e 02 (quarta-feira) de outubro. Em São Paulo: dia 03 (quinta-feira) e 04 (sexta-feira).

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