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Os muitos conceitos de queda são tema de exposição de Daisy Xavier

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 5 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

A artista plástica Daisy Xavier inaugura sua exposição "Sobre Como as Coisas Caem", nesta quarta-feira, dia 06, às 19h, na Anita Schwartz Galeria. Com curadoria de Ulisses Carrilho, as obras que integrarão esta que é a maior individual da artista na galeria, são pinturas em grande formato, em pó de ferrugem, folha e fios de latão, ácido, petróleo e ecoline sobre tela, desenhos com diversos materiais (muitas vezes os mesmos usados nas pinturas), monotipias, e cem esculturas em metal, articuladas, que, junto com uma casa de vespa, formam uma grande instalação, que leva o nome da exposição.

Daisy Xavier conta que o título foi extraído de uma passagem do livro "Sete lições de física", do físico italiano Carlo Rovelli, que aborda a questão da queda passando pela teoria da relatividade de Einstein até a física quântica. A artista explica que este conceito "rege todas as obras". Ela ressalta que se interessa pela questão da queda em um "sentido muito amplo", tanto do ponto de vista da física, "que vem desde Aristóteles", até a "corrosão em toda a materialidade, pele, metais e mesmo no percurso de vida e morte, das coisas irem caindo, se despencando, se corroendo".


"Me interessa muito também a queda no mundo contemporâneo, dos valores, dos sentidos, dos parâmetros que estão se perdendo, como se o futuro tivesse um vetor de as coisas irem se dissolvendo. Vamos precisar pensar com novos parâmetros, porque os já estabelecidos, de espaço e tempo, estão se dissolvendo", afirma.


Ela ressalta que vê a dissolução com bom sentido, sem nostalgia nenhuma. "O que dá problema é se resistir à evolução", afirma. "Me interessa mais acolher do que resistir à questão da queda". Para ela, "o grande problema não são as coisas se dissolvendo, mas as resistências que se faz a isso. Esse movimento regressivo tenta conter essas mudanças. Dessa resistência vem racismo, vem todo esse excesso de religiosidade, esse moralismo que estamos vivendo. A arte é uma bela ferramenta para acompanhar essas quedas, essas mudanças".


A Anita Schwartz Galeria fica na Rua José Roberto Macedo Soares 30, na Gávea.

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