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"Reforma: canteiro de obras", de Zignnatto, abre nesta quarta-feira

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 18 de mar. de 2019
  • 2 min de leitura

A individual de Andrey Zignnatto "Reforma: canteiro de obras", tem abertura nesta quarta-feira, dia 20, às 19h, na Janaina Torres Galeria, em São Paulo. A construção sempre fez parte da vida de Zignnatto. Na adolescência, foi assistente de seu avô, pedreiro no interior de São Paulo, em Jundiaí. Foi lá que aprendeu a manusear as ferramentas do ofício.

"De todas, uma mesma terra (detalhe)", obra de Andrey Zignnatto.

Artista autodidata, fez da olaria seu ateliê e, não à toa, seu trabalho é permeado por materiais perenes. Para a mostra, o artista traz um conjunto de oito obras, parte delas da série Reforma, iniciada em 2016, além de quatro site specific.

O artista plástico Andrey Zignnatto.

Na exposição, o artista apresenta uma seleção de seus trabalhos mais recentes, produzidos em diálogo com três diferentes culturas: no Brasil, no Peru e nos Emirados Árabes. Com obras que surgem de elementos prosaicos, facilmente encontrados em olarias ou construções sob as mãos de operários, o artista convida o espectador a refletir sobre a relação instável e dinâmica que o homem estabelece com o meio que o cerca.

Obra de Andrey Zignnatto.

O suntuoso e o escasso em meio a construções e ruínas. Dois mundos antagônicos que dividem o mesmo espaço. Ora fascinam, ora causam estranhamento.

A obra "Uma Casa Popular – Fração nº 1", de Zignnatto.

"No ato de me apropriar ou interferir em objetos e sistemas usados para construção deste mundo artificial, subverto as condições originais e busco caminhos de questionamento das tradições e da relação entre homem e mundo", pontua Zignnatto.


O tijolo é peça recorrente em seu trabalho e surge para lembrar que mesmo diante da grandiosidade de uma construção, a unidade, aquilo que cabe nas mãos, é a medida do todo. Não por acaso, o objeto é protagonista no trabalho De todas uma mesma terra (2016/18). "O tijolo é mais que uma matéria-prima, é a viabilização do gesto, medida do espaço e elemento para pensar o embate entre contextos", afirma o artista.


Por quase dois anos, Zignatto extraiu porções de terra de locais que testemunharam guerras e revoltas populares brasileiras, a exemplo do Quilombo dos Palmares (AL), maior centro de resistência negra do País, e Morro da Providência (RJ), onde está situada a mais antiga favela do Brasil. Com o material coletado, criou o tijolo que dá vida à obra.


Na mostra que apresenta em São Paulo, Andrey Zignnatto chama atenção para um espaço em constante transformação e sujeito a alterações e atrasos, tal como um local em reforma. Não por acaso, essa transmutação também se aproxima do campo da arte contemporânea – território tão efêmero quanto a vida. É neste ambiente impreciso e dinâmico que o artista revela as várias contradições sociais que surgem da relação entre operários e construtoras, em um universo que abarca de uma só vez vida e arte.


Em diálogo e paralelamente à mostra, o artista é um dos destaques do espaço da Janaina Torres Galeria na 15ª edição da SP-Arte, que ocorre de 3 a 7 de abril, no Pavilhão da Bienal. Na ocasião, serão exibidos trabalhos de sua série Fissura (2018).


A exposição poderá ser visitada até 27 de abril. A Janaina Torres Galeria fica na rua Joaquim Antunes 177, sala 11, em São Paulo.


Fotos: divulgação

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