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"Rostos Fellianianos" celebra centenário do cineasta no MAM Rio

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 4 de fev. de 2020
  • 3 min de leitura

Por ocasião das celebrações do centenário do nascimento do diretor italiano de cinema Federico Fellini (20 de janeiro de 1920, em Rimini, Itália – 31 de outubro de 1993, em Roma), a Cinemateca do MAM e o Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro apresentam, a partir desta terça-feira, dia 04, às 18h, a exposição "Rostos Fellianianos" e a mostra de filmes "O Mestre de Rimini".


A exposição reúne 73 ampliações fotográficas de diversos fotógrafos de cena que trabalharam com Federico Fellini, como Pierluigi Praturlon, A. Piatti e Osvaldo Civirani, com destaque para Paul Ronald (1924–2015), celebrado fotógrafo de cena francês, que teve sua trajetória ligada ao cinema italiano. Por iniciativa própria, Paul Ronald realizou um conjunto de fotografias coloridas que retratam atores do filme "8½" (1963), obra-prima de Federico Fellini.

O Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro teve acesso às imagens do fotógrafo francês por meio do colecionador italiano Antonio Maraldi, que as recebeu em doação do próprio fotógrafo no final dos anos 1990. As imagens dos demais fotógrafos pertencem à coleção da Cinemateca do MAM. A exposição apresenta ainda três raras fotos da passagem da esposa e musa de Fellini, a atriz Giulietta Masina, pelo Brasil em 1958. As imagens pertencem ao acervo da Memória Civelli.

A curadoria da exposição é de Hernani Heffner, conservador-chefe da Cinemateca, que procurou explorar a percepção de Ronald quanto ao método de trabalho de Fellini e, nesse caso, quanto aos traços que compõem a galeria de tipos fellinianos, com destaque absoluto para o ator Marcello Mastroianni, considerado pelo diretor sua tradução mais perfeita nas telas.

A iniciativa de Ronald de, nas horas vagas das filmagens, produzir uma documentação fotográfica colorida de atores e atrizes revela não só a construção das personas ora sublimes, ora grotescas, da condição humana, como evidencia sobretudo as estratégias de direção de arte e figurinos em sua composição final da imagem em preto e branco do clássico "8 ½".


As fotografias de Ronald são inéditas de uma maneira geral até mesmo na Itália, já que foram feitas sem intenção de uso imediato, e fora dela constituem uma absoluta novidade. A coleção integra as celebrações dos cem anos de nascimento deste gênio da arte cinematográfica, e a exposição é uma realização conjunta do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Istituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro, Embaixada da Itália no Brasil, Consulado da Itália no Rio de Janeiro, Comune e Cineteca de Cesena, e Centenário Fellini. O material produzido por Paul Ronald será doado por Antonio Maraldi ao Museu Fellini, que será inaugurado em dezembro de 2020 em sua terra natal, Rimini.

As demais imagens funcionam como um pequeno inventário da fotografia de cena italiana, uma das mais ricas e importantes do mundo, com exemplares de mestres como Civirani, Praturlon e G. B. Poletto. Desde a icônica imagem de Anita Ekberg na cena da Fontana di Trevi, em "A Doce Vida", capturada por Praturlon, até a doçura chapliniana da Giulietta Masina em "A Estada da Vida", no clique de A. Piatti, artista sobre o qual não se sabe praticamente nada, desfilam pela exposição alguns dos grandes nomes da fotografia de cena, astros e estrelas do cinema e tipos anônimos que Fellini selecionava a cada nova produção, buscando com anúncios de jornal, justamente o inusitado, o cômico, e até mesmo o inconcebível e improvável, constituindo uma galeria de personagens que ficaram conhecidos como "fellinianos", dado o traço surreal e inesperado dos corpos, rostos e personalidades. Todas são oriundas do acervo da Cinemateca.


A exposição "Rostos Fellinianos" poderá ser visitada até 05 de abril. A mostra de filmes "O Mestre de Rimini" acontece até dia 14 de fevereiro. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro fica na Av. Infante Dom Henrique 85, no Parque do Flamengo.

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