Ruby Yallouz e uma quarentena para lá de reflexiva com Jiddu Krishnamurti
- andréia gomes durão
- 27 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Muito se discute sobre as reflexões a respeito das relações interpessoais, de mercado e mesmo da relação com o planeta que este período introspectivo "forçado" pode nos trazer, quando metade do mundo, cerca de 2,6 bilhões de pessoas, estão confinadas.

A designer de joias Ruby Yallouz parece fazer coro àqueles que passam suas quarentenas pensando em questões tão profundas. Ela tem por companhia uma das obras do filósofo indiano Jiddu Krishnamurti, "O Verdadeiro Objetivo da Vida". "Um manual conciso para uma vida impermanente. Em tempos de coronavírus, é um livro de cabeceira. Escrito por um dos homens mais inteligentes que já passou por esse planeta", conta Yallouz.
"Ora, o que é que termina com a morte? A vida? O que é a vida? Será a vida simplesmente um processo de inspirar o ar e de expirá-lo? Comer, odiar, amar, adquirir, possuir, comparar, ser invejoso - isto é o que a maioria das pessoas conhece como vida. Para a maioria de nós a vida é sofrimento, é uma constante batalha de dor e prazer; esperança e decepção. E não pode isso chegar a um fim? Não deveríamos acaso morrer?

No outono, com a chegada do frio, as folhas caem das árvores e reaparecem na primavera. Da mesma forma, não deveríamos morrer para tudo o que aconteceu ontem, para todas as esperanças cumuladas, para todo o sucesso que conquistamos? Não deveríamos morrer para tudo isso e tornar a viver amanhã, de forma que, como uma nova folha, sejamos viçosos, ternos e sensíveis?
Para uma pessoa que está constantemente morrendo, não existe morte. Mas o homem que diz: 'Eu sou alguém e preciso continuar' - para esse tal sempre há morte e sempre há o ghat crematório, um homem assim não conhece o amor."
Trecho de "O Verdadeiro Objetivo da Vida", de Jiddu Krishnamurti
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