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Susi Cantarino integra grupo de artistas de "Brasileiros em Florença"

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 18 de fev. de 2019
  • 2 min de leitura

A obra "Shalosh" (número três em hebraico), da artista Susi Cantarino, em homenagem às vítimas de Brumadinho, integrará a exposição "Brasileiros em Florença", que será inaugurada nesta quarta-feira, dia 20, às 19h, no Centro Cultural Correios, no Rio. Caso a obra seja vendida, parte da renda será revertida para as vítimas da tragédia.

A obra "Shalosh", de Susi Cantarino.

Ao todo, a exposição reúne dez artistas que representaram o Brasil na Biennale Internationale di Firenzi, a convite do curador/comissário Ruy Sampaio, nos últimos anos: Célia Shalders, Gui Sechin, Fernando Mendonça, Marilou Winograd, Mario Camargo, Osvaldo Gaia, Roberto Lacerda, Susi Cantarino, Sandra Felzen e Viviane D'Avilla.


Susi Cantarino ganhou o segundo prêmio da Biennale de 2005 pela instalação com três bambus e seis pergaminhos, que recebeu das mãos do artista plástico búlgaro Christo. Nesta exposição, a artista vai apresentar nove trabalhos – sendo um deles composto de seis partes. Trata-se de "É uma honra ser sua", seu trabalho mais recente, um "objet trouvé" de 2018, feito a partir das portas de um armário de aço da antiga Galeria Metara, em Ipanema, com pintura em acrílico, spray e pastel.


Embora resultem de técnicas distintas, todas as obras dialogam entre si, em uma sequência de movimento linear, por meio da escrita e de materiais recolhidos da natureza.


"O clássico estudo que João Cabral de Mello Neto nos deixou sobre Miró começa por apontar algo que, apesar de muito importante, frequentemente nos passa batido: é com o surgimento da proposta renascentista que estão dadas todas as premissas da arte, tal como a conhecemos hoje em dia.


Claro que, como organismo vivo e imbricado em todas as circunstâncias históricas e inflexões culturais que vieram ocorrendo, a arte (enquanto conceito e enquanto configuração) veio sofrendo mutações. Ao longo delas, entretanto, permanece válida a afirmação do poeta. E permanece, principalmente, à medida em que mais criticamente nos detemos sobre todo o repertório de "ismos" que vieram matizando, vale dizer, enriquecendo a arte até o presente.


E o Renascimento, sabemos todos, veio de Florença. Foi, portanto, uma emoção muito forte ter sido escolhido, desde a primeira hora, pela Bienal de Arte Contemporânea de Florença como seu comissário encarregado de selecionar as representações brasileiras.


Hoje, passadas quase duas décadas, os participantes desta mostra reúnem se para homenagear a Bienal Florentina. De minha parte, pretendi aqui fazer um balanço do quão significativas terão sido aquelas indicações. Obviamente um patamar de qualidade sempre foi ponto de partida na história daquelas escolhas, até por que se tratava de fazer representar condignamente a nossa arte - e logo onde!


O que invariavelmente me norteou foi um acompanhamento do diálogo, progressivamente aprofundado, daqueles artistas com seus meios de expressão.

Indicá-los, então, foi reconhecer, por meio de um jogo de invenção e descoberta, como cada um deles soube propor sua poética pessoal, explorando, a um só tempo, referências caras ao seu imaginário e as múltiplas exigências do curso da arte.


Reuni-los, 20 anos depois, é constatar o quanto aquela dinâmica permanece."


Ruy Sampaio


"Brasileiros em Florença" poderá ser visitada até 7 de abril. O Centro Cultural Correios fica na rua Visconde de Itaboraí 20, no Centro.


Foto: divulgação

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