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Série "Sem título", de Claudio Tozzi, disponível na Carbono Galeria

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 29 de mai de 2019
  • 2 min de leitura

Os trabalhos mais recentes do artista plástico Claudio Tozzi simulam uma identificação com o espaço construído ou à construir. Refletem, por meio de cortes e elevações, a síntese de formas que se superpõem em superfícies cromáticas e remetem ao ato de projetar. As superposições simulam e sugerem uma nova situação espacial que, transcende e dá continuidade ao quadro.

Claudio Tozzi (São Paulo, 1944 / Vive e trabalha em São Paulo) é um artista que trabalha em diversas escalas. Já produziu pinturas, gravuras, objetos, esculturas, painéis, fachadas de edifícios, murais e instalações. Graduado, mestre e doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, ele apresentou suas obras em importantes instituições e mostras, como a Bienal de Veneza (1976), a Bienal de São Paulo (1991), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu da Casa Brasileira, o Museu Brasileiro de Esculturas.

Claudio Tozzi também foi premiado pelo Salão Nacional e venceu o concurso para a realização de um painel em um edifício na Av. Angélica e um painel para a capela no Campus da Fieo.

O artista começou a produzir na década de 1960. Inspirado por fatos e histórias de jornal conhecidos pelo grande público, Tozzi trabalha a imagem de personagens como Che Guevara, o Bandido da Luz Vermelha, o astronauta. Outra importante fonte de inspiração desse período são as histórias em quadrinhos, referências não somente para as figuras como em O olhar (1968) e Ocorrência 3114 (1967), mas também em termos visuais.

Em algumas obras, a relação é estabelecida até mesmo na organização do quadro. Esta linguagem gráfica, bem como a de cartazes e panfletos e da Pop Art são fortes influências para as composições do artista. É por meio desses personagens e de sua linguagem impactante que o artista fala sobre importantes acontecimentos daquele momento, como a Guerra do Vietnã e a ditadura militar no Brasil. A palavra é também um elemento bastante explorado por ele.


Na década seguinte, o artista passou a experimentar, pela pintura, outra importante característica do universo gráfico e principalmente do offset: as retículas e as granulações. A obra Color (1974) representa muito do que o artista discutirá naquele período: a construção das imagens pelos pontos de cor e união deles em nosso cérebro. Em certo sentido, transfere uma técnica gráfica mecânica para um fazer manual, a pintura, explorando assim as possibilidades das combinações cromáticas. É um período mais conceitual do artista e ao mesmo tempo de experimentações de técnicas, escalas e temas. O artista também questiona o real e sua representação, assim como a quebra da referência visual direta.


Nas próximas décadas, podemos notar o desenvolvimento de sua pintura baseada nas características apontadas acima, explorando principalmente cores únicas, porém, com a intenção de criar relevos e profundidade, usando tons distintos em diferentes áreas do quadro. Sua obra caminha para uma construção de paisagem ainda mais arquitetônica e urbana, como podemos ver nas séries Paisagens e Territórios.


Seus trabalhos não acabam em si, se desdobram. Telas se tornam serigrafias, que se tornam projetos para fachadas, murais e vice-versa. Claudio Tozzi é um artista versátil e que tem domínio das escalas, o que possibilita sua constante migração entre elas.


A Carbono Galeria fica na rua Joaquim Antunes 59, no Jd. Paulistano, São Paulo.


Fotos: divulgação

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