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The dinner party, de Judy Chicago, leva a arte feminista à mesa

  • Foto do escritor: andréia gomes durão
    andréia gomes durão
  • 8 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Recentemente, o Instagram da Bienal homenageou Judy Chicago, que completou 81 anos. A artista americana é considerada pioneira na produção de obras com viés feminista e é conhecida pela adoção de mídias tradicionalmente excluídas do cânone da história da arte. Chicago emprega métodos iconográficos e práticos de trabalho para problematizar questões de gênero, desde costura e bordado até pintura automotiva e pirotecnia.


Uma de suas obras mais celebradas é The dinner party (1979). A instalação é composta por uma "Mesa cerimonial", triangular, em que cada um dos 39 lugares homenageia uma mulher importante na história com um prato, um cálice (ambos de cerâmica) e um guardanapo bordado com fios de ouro. Além disso, a instalação compreende o "Chão de herança", mosaico de mais de dois mil azulejos feitos à mão em que Chicago cita os nomes de 999 mulheres, entre artistas, ativistas e escritoras. A obra está hoje em exposição permanente no Elizabeth A. Sackler Center for Feminist Art, do Brooklyn Museum (Nova York, EUA). The dinner party é uma instalação-monumento, em que a artista resgata e celebra a memória coletiva das mulheres.

Anna Maria Maiolino, Arroz e feijão © Duas Águas / Fundação Bienal de São Paulo

Para a 29ª Bienal de São Paulo (2010), a artista Anna Maria Maiolino (Itália, 1942) apropriou-se do mesmo ambiente sacralizado de The dinner party (1979) – a mesa de jantar – para a sua instalação Arroz e feijão (1979-2007). Sobre uma mesa preta e imponente, são dispostos pratos de louça de onde brotam sementes de arroz e feijão. Num monitor de vídeo, em uma das cabeceiras da mesa, uma boca mastiga a típica comida brasileira como símbolo de morte e vida, tradição e renascimento. Exibido pela primeira vez durante o regime militar, esse trabalho de Maiolino ritualiza o ato de comer e a refeição em si, evidenciando as relações de dominação e subalternidade desse campo simbólico. O público pode saber mais pelo catálogo da edição.

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